sexta-feira, 31 de março de 2006

Café, Chá, Laranjada?


Estava eu perdida numa nuvem qualquer daquelas que sei que não devo visitar mas que, por vezes, se torna inevitável... quando uma voz amiga me resgata: - Café, Chá, Laranjada?

Era tudo o que precisava ouvir naquele momento! De facto, por vezes é complicado compreender o porquê das coisas, a razão de termos de passar por determinadas situações, o motivo da luta...

Poderia entregar tudo ao destino e mentalizar-me que é mesmo assim... mas não consigo, porque vem cá de dentro e é com o que levo cá dentro que tenho de viver os 365 dias, todos os anos.

Mas uma coisa percebi: perdem-se umas coisas mas, em contrapartida, ganham-se sempre outras, quem sabe mais importantes até...

Embora nem sempre seja fácil, o que é certo é que, se calhar, essa determinada perda nos permite não só crescer, como nos abre portas para um sem número de oportunidades.

Como é bom ir embalada ao som do café, chá, laranjada?...

2 comentários:

Anónimo disse...

... café (chá, laranjada) com um amigo(s), família, o mar, a noite, estrelas e lua, uma boa música, um bom filme, vinho, mais amigos, verão, ter uma casa no fim-do-mundo e passar tempo nela .... pouco há mais importante do que isso. Podemos ser mais ou menos importantes e ter mais ou menos sucesso. Mas nisto somos todos iguais e disso todos somos dependentes.

O mundo dos adultos é um mundo chato. E é-o porque esqueçemos estas pequenas coisas. Julgamo.nos em comparação com os outros. Ganhamos maior noção dos "outros". Procuramos "estatuto" e "reconhecimento". Isto está errado. Não quer dizer que não devemos ter aspirações. Elas são indispensáveis. Mas o verdadeiramente importante é que isso não nos deve condicionar totalmente. Não devemos andar "desesperadamente à procura de sucesso" ou de "triunfar na vida". Isso são balelas. Conversa da treta e resultado deste nosso mundo "liberal". O que é importante é constantemente regressar e dar valor a essas pequenas coisas que nos enchiam de alegria em criança e aperfeiçoá-las à medida que envelheçemos. Às ingenuidades e ao mundo sem sentido e dos afectos. E depois no plano em que nos temos que comparar com os "outros", devemos perseguir aquilo que nos faz sentir bem. Se gostas de pescar, dedica.te à pesca. Se gostas de moda, dedica.te a ela. Se gostas de comunicação social, dedica.te a ela. Pergunta a ti mesmo o que é q te faz feliz. Pergunta a ti mesmo o que é q te faz feliz. Depois estuda e investiga a fundo o que podes fazer de novo na área em que sentes que podes ser feliz (porque isso é indispensável e afinal de contas não é muito difícil uma vez que é a área de que gostas) e investe... Para além do mais és inteligente. Toma iniciativa em novas áreas ...

A Suricata está bem viva ainda ... e eu vou rezar missa para outro lado :)

Anónimo disse...

....quando nos tentamos convencer racionalmente de que queremos estar sozinhos, que é altura de reflectir, de luto, que qualquer envolvimento é um bicho de sete cabeças do qual devemos fugir a sete pés, ou que simplesmente queremos aproveitar essa liberdade. Essa vaga ideia de controlo, premeditação e de algum modo clareza, que sentimos e nos faz sentir bem....... tudo isso se desmorona quando em certos momentos, de solidão, de tristeza, da tal acalmia e reflexão que tanto ambicionamos racionalmente, nos deparamos com um grande vazio, com a falta de alguém, e com o desejo incontrolável (e nunca até agora assumido) de querer construir algo em comum com quem nos complete e nos faça sentir todo, todos os dias!
Uma contradição aparentemente imcompreensível, mas que depois de assumida, faz todo o sentido.
E assim, de repente, percebemos que estamos no meio da ponte, parados, sem saber para que margem seguir...... porque é impossível seguir em duas direcções ao mesmo tempo, ou porque seguir sem convicção não é seguir.....
A consciência disso mesmo é em si um ponto de partida!

E sigo em frente mais tranquilo, mais atento......mais consciente e com o mesmo receio! :)