sexta-feira, 31 de março de 2006

Café, Chá, Laranjada?


Estava eu perdida numa nuvem qualquer daquelas que sei que não devo visitar mas que, por vezes, se torna inevitável... quando uma voz amiga me resgata: - Café, Chá, Laranjada?

Era tudo o que precisava ouvir naquele momento! De facto, por vezes é complicado compreender o porquê das coisas, a razão de termos de passar por determinadas situações, o motivo da luta...

Poderia entregar tudo ao destino e mentalizar-me que é mesmo assim... mas não consigo, porque vem cá de dentro e é com o que levo cá dentro que tenho de viver os 365 dias, todos os anos.

Mas uma coisa percebi: perdem-se umas coisas mas, em contrapartida, ganham-se sempre outras, quem sabe mais importantes até...

Embora nem sempre seja fácil, o que é certo é que, se calhar, essa determinada perda nos permite não só crescer, como nos abre portas para um sem número de oportunidades.

Como é bom ir embalada ao som do café, chá, laranjada?...

quinta-feira, 2 de março de 2006

O Grito de Suricata!


Agora, de olhos abertos, fica bem mais difícil transmitir tudo o que me passou pela cabeça na noite em que senti falta do Vitinho...

Está tudo a borbulhar cá dentro, com vontade de explodir desorganizadamente para o meu pc. Com tempo, teria de ir fazendo um puzzle com todos os sentimentos contraditórios que andam feitos foguete cá dentro... assim, vou antes deixando sair, bocadinho a bocadinho, cada peça desse puzzle gigante.

Com o passar dos anos, vamo-nos tornando pessoas diferentes, todos sabemos isso. Mas o que fazer quando nos apercebemos que os ensinamentos que a vida nos trouxe nos impedem de ser quem realmente somos?

É estranho este sentimento cá dentro. Parece que a Suricata de há uns tempos está adormecida dentro de mim. Por vezes ouço-a timidamente gritar que não gosta de estar ali mas eu estou de braços atados, não a consigo ajudar!

Em tempos fui uma Suricata apaixonada que, embora tivesse sempre os pés bem assentes na terra, gostava muito de sonhar. Nunca deixava de acreditar, achava que poderia sempre haver forma de resolver as coisas e, acima de tudo, amava a vida e todos os minusculos encantos que ela me proporcionava.

Agora sou apaixonada pela vida mas não me consigo entregar a ela. Vivo com vontade de resgatar a Suricata presa dentro de mim...mas tenho medo de me magoar.

Por não me querer magoar dou menos de mim a quem me rodeia e por isso, talvez não tenha o direito de pedir nada em troca ou pelo menos, não me posso dar ao luxo de ser exigente.

Deixo-me seguir no meu caminho, a remoer as minhas nuvens, à espera do dia em que vou sentir que vale a pena atirar-me de cabeça outra vez, à espera do dia do regresso da verdadeira suricata.

Será que ela vai voltar ou este é um receio que vou ter para sempre... o de já não conseguir ser igual? Talvez a solução seja ir-me deixando escorregar devagarinho para a aventura mas acho que para isso acontecer precisava de alguém que me apertasse a mão com carinho e me dissesse: vem comigo, aqui estás segura!

Volta Suricata!

Quando o Vitinho não chega.


Descobri que, nas alturas em que me estou a debater com o Vitinho que insiste em demorar ou simplesmente desaparecer a meio da noite, é quando as minhas nuvens mais se acumulam. Imagino-me a escrever cada letra do que me passa pela cabeça, escrevo páginas e páginas de nuvens e tudo parece bater tão certo, é tudo tão claro.
Sabem aqueles documentários meteorológicos onde por vezes se vêm imagens de nuvens a passar à maior velocidade? A velocidade a que sempre passam… mas nós estamos muito longe para nos apercebermos… Uma boa noite de insónias é perfeita para chegarmos mais perto do que acontece a toda a hora mas que nós, por estarmos de olhos abertos, preocupados com outras coisas, não conseguimos ver. É incrível a quantidade de coisas que se vêm melhor de olhos fechados.