quarta-feira, 9 de novembro de 2005

O mundo ao contrário...

Depois de umas semanas de turbulência cheguei à brilhante conclusão que sou uma cidadã do mundo, não pertenço a ninguém. Nunca estive tão perto de abraçar a minha nuvem preferida, a primeira!

terça-feira, 4 de outubro de 2005



Algures numa nuvem de suricata porque a suricata é de nuvens!

Posso dizer que nos 365 dias do ano 85% do tempo estou bem disposta, 10% do tempo levo o SPM a sério e reservo 5% para quando, sem motivo aparente, ninguém me consegue aturar. O saldo acaba por ser positivo... O que é certo é que dentro desses 85 em 100 vou vagueando de nuvem em nuvem, aérea ao ponto de proferir pérolas como: o mar está tão verde... Gosto de apreciar as pequenas coisas, ter atenção aos pormenores e por vezes excedo-me. Mas atenção! Não fossem os meus companheiros de viagem terem desatado à gargalhada eu teria achado que a meu desabafo acerca da côr do mar era perfeitamente normal, igual a tantos outros que me atravessam a mente. Acho que foi a partir daí que tomei consciência das minhas nuvens. Há um exercício que faço não com tanta regularidade quanto gostaria: fico em silêncio e tento decifrar todos os sons que ouço... é espantoso perceber a enormidade de coisas que usualmente nos passam ao lado.

Últimamente, de há uns meses para cá, há uma nuvem que insiste em não seguir caminho como as outras. É como uma minúscula manchita de lixívia na nossa camisola preferida: quase não se repara nela mas por estar sempre lá começa a fazer mossa. A questão é a seguinte: "solo se vive una vez", tal como fizeram questão de nos azucrinar em tempos as azucar moreno. Como tal, pondo de parte as discussões acerca da luz intensa no final do túnel, há que escolher com alguma clareza o que se quer fazer dos escassos anos que por aqui passamos. Se por um lado me sabe bem o conforto que me proporcionam as chapas fruto do meu trabalho, por outro, acredito que poderia ser igualmente feliz se vivesse com a minha cara metade, num sitio paradisiaco qualquer, onde as chapas não valessem tanto. Ele passava o dia a fazer o que mais gosta, estar debaixo de água em odisseias piscatórias e eu, feliz da vida, ocupava o meu dia a fazer artefactos artesanais para vender aos "civilizados sem tempo" que por lá passassem, ou, quem sabe, a dedicar-me a um modesto mas muito acolhedor e colorido bar de praia. Acho difícil libertarmo-nos da correria a que estamos habituados: 7.30h toca o despertador-vestir num ápice (mas o quê??Os 37546 pares de calças parecem já não se adequar...)-trânsito-finalmente estamos em frente do computador-hora de almoço (engolir o prato rapidamente para compensar o atraso matinal)-18/19/20h regresso a casa- mais trânsito-chegar a casa-jantar-tentar ter uns minutos de conversa-dormir, porque amanhã é outro dia...igual! E o fim de semana passa a correr. Mas afinal qual é o encanto de ter sempre um intrumento atado ao pulso ao qual comummente chamamos relágio mas que, quanto a mim, não passa de um robot infernal que insiste em nos enervar e fazer ver que não temos tempo para o mais importante: o que não precisa de chapas para existir... Por outro lado, serei algum dia capaz de deixar tudo isto para trás? Serei capaz de passar sem o dito relógio no tal lugarejo paradisiaco? Esta nuvem não me abandona...

Em breve mais nuvens de Suricata!