sexta-feira, 20 de abril de 2007




Porque não é para perceber... é para sentir...
1 defeito, 2 defeitos, 3 defeitos, ... Propus-me escrever sobre os meus defeitos mas agora parece que os meus dedos paralizam perante tão árdua tarefa... Por isso vou começar bem devarinho na espectativa de, daqui a algumas linhas, atingir a velocidade de cruzeiro.
Talvez se começar pelo que acho ser o meu maior defeito, todos os outros brotem em jeito de solidariedade.

- Assumo que os outros têm a mesma visão que eu das coisas e, se não têm, é porque estão errados. (como custa escrever isto) Levo a expressão senso comum muito a peito, quando tenho um entendimento relativamente a um tema, custa-me acreditar que pelo menos 80% da população não o veja da mesma forma que eu. Isto claro, quando se tratam de temas do que eu acho ser o dito senso comum. Tudo me parece tão óbvio, tão evidente que às vezes me esqueço de parar para pensar que, se calhar, a pessoa que está ao meu lado pode ter algo de diferente para dizer e "quem sabe", até com toda a lógica e sensatez. Ao que parece tenho um problema com a definição de senso-comum.

- Sou impulsiva (vulgo não sei esperar). Talvez por ser muito intensa (apaixonada?) por tudo o que faço, vivo e sinto tenho imensa dificuldade em esperar. Custa-me entender que as pessoas de facto tirem dias para pensar porque eu me rejo pelos sentimentos e esses não têm hora marcada para acontecer. Arrumo as minhas gavetas à noite, quando me vou deitar, aproveito o resto do tempo para viver. (Porque a vida acontece enquanto fazemos outros planos - já alguém me disse) As minhas acções são conduzidas pelo que sinto, por isso sou imediatista e quero, na hora, fazer acontecer o maior fogo de artifício ou o maior incêndio. Odeio banhos-maria, stand-by's e se's... Mas ao que parece os 80% não estão comigo... por isso tenho de me resignar...

- Tenho um problema de personalidade. Aparentemente, a forma como me expresso pode intimidar os demais. Sou muito convicta na forma como digo as coisas o que pode arrasar à partida qualquer vontade de contestação. Segundo me fizeram perceber, quando digo: quero comer carne, digo-o de tal forma que, quem eventualmente quer comer peixe acaba por ceder á carne. Na verdade, digo as coisas com a maior convicção porque (erro meu) acho que (tenho a certeza que - pelos vistos não posso ter) quem não está de acordo vai dizer de sua justiça e chegamos a um consenso. Ora, se eu digo "quero carne" e ninguém se opõe é porque, realmente, todos estão com uma vontade enorme de comer carne. Ou não... Ou seja. vou ter de substituir o "quero comer carne!" por: "Está-me a apetecer comer carne e a vocês, o que vos apetece jantar??" Até soa melhor, acho que vou ser capaz !!

- Sou teimosa. Muiiitoooo teimosaaaa... Se quero ou acredito muito numa coisa só com muita perícia me fazem mudar de ideias. Seja uma sugestão num trabalho de grupo ou um destino de férias...

- Sou orgulhosa mas sou capaz de reconhecer os meus erros e pedir desculpa. Ás vezes preciso que me dêm umas luzes para me indicar o melhor caminho, fico baralhada entre o orgulho e a razão que não tenho, pode demorar... mas lá acabo por ceder quando tenho tenho de ceder (sim, porque não cedo sempre).

- Digo tudo o que me vem à cabeça sem muitas vezes ter noção do impacto que têm nas pessoas que me rodeiam. Até posso ter razão no que estou a dizer mas a forma como ás vezes as palavras me saem disparadas da boca soam mais a granadas que outra coisa. Não é por mal acreditem ... é fruto da impulsividade.

- Sou transparente demais. A transparência quando usada em excesso magoa. Não deixo escapar uma. Digo tudo o que não gosto e se fôr preciso ainda consigo arranjar mais 2 ou 3 coisas que me chateiam um bocadinho de nada só para ter a certeza que fui bem clara. Não consigo comer e calar, os sapos não me passam pela goela. O que tenho para dizer digo, sem rodeios e ... muitas vezes... sem maneiras.

- Sou implicativa e rabujenta. Mas só um bocadinho, quando tenho sono, quando a fome aperta ... ou quando estou com falta de mimo. A carência emocional têm efeitos muito negativos em mim: quando menos mimo tenho, mais reclamo; quanto mais reclamo menos mimo me querem dar ... Very bad equation!! ( -x = + y / +y = -x) - já agora, sou péssima a matemática.

- Sou perfeccionista ao extremo É demais mesmo. Fico maluca quando o tempo aperta e não consigo fazer tudo o que queria da maneira que idealizei, isto no campo profissional. O pior é quando transporto a minha mania pelo Per-fei-to para a minha vida sentimental. Não há relações perfeitas, de facto... E, se eu própria tenho muito pouco de perfeito, como posso eu exigir que os outros o sejam??!! Se juntarmos este defeito com o "problema de personalidade" e com o " assumo que os outros têm a mesma visão que eu das coisas e, se não têm, estão errados" temos uma mistura explosiva!! Perco muito em buscar a perfeição ao extremo porque me pode acabar por passar ao lado o encanto de ir limando as arestas e o prazer de me irem moldando a mim...

- It's my way or the highway ... já alguém dizia... não podia deixar de escrever. (ver problema de personalidade.) Os outros têm tanto direito à sua opinião e vontades como eu... mas eu às vezes esqueço-me. Posso acrescentar uma pitada de egoísta.

- Tenho uma enorme GIGANTE dificuldade em abdicar da minha liberdade. Eu sei que todos temos deveres mas custa-me imenso fazer coisas por obrigação, só porque tem que ser ou porque senão parece mal...

- Chego sempre atrasada. Tenho, de facto, um problema de horas. Chego sempre, pelo menos, 15 minutos atrasada. Peço desculpa a todos os que já sofreram com isso. Mesmo que adiante o relógio, não resulta! Uffff ... sou mesmo capaz de dar o 2º lugar a este maldito.

- Desculpo mas não esqueço. Porque, tal como eu, os outros também têm defeitos, saídas infelizes, ou momentos menos bons não me fazia mal nenhum fazer delete às coisas que me magoaram. Desculpo e no pasa nada... mas sempre chega uma altura em que, por um motivo ou por outro... me lembro dos defeitos dos outros e é mais uma facadinha no coração...

(velocidade de cruzeiro sem dúvida...)
Sei que é mais fácil identificar os defeitos que corrigi-los... mas vou considerar este o segundo passo, porque o primeiro foi ter consciência deles.

At the end: MEA CULPA!

*Já agora... aceitam-se sujestões de tópicos a acrescentar ou de comentários relativos a qualquer um dos mesmos.