
Estava eu perdida numa nuvem qualquer daquelas que sei que não devo visitar mas que, por vezes, se torna inevitável... quando uma voz amiga me resgata: - Café, Chá, Laranjada?
Era tudo o que precisava ouvir naquele momento! De facto, por vezes é complicado compreender o porquê das coisas, a razão de termos de passar por determinadas situações, o motivo da luta...
Poderia entregar tudo ao destino e mentalizar-me que é mesmo assim... mas não consigo, porque vem cá de dentro e é com o que levo cá dentro que tenho de viver os 365 dias, todos os anos.
Mas uma coisa percebi: perdem-se umas coisas mas, em contrapartida, ganham-se sempre outras, quem sabe mais importantes até...
Embora nem sempre seja fácil, o que é certo é que, se calhar, essa determinada perda nos permite não só crescer, como nos abre portas para um sem número de oportunidades.
Como é bom ir embalada ao som do café, chá, laranjada?...
2 comentários:
... café (chá, laranjada) com um amigo(s), família, o mar, a noite, estrelas e lua, uma boa música, um bom filme, vinho, mais amigos, verão, ter uma casa no fim-do-mundo e passar tempo nela .... pouco há mais importante do que isso. Podemos ser mais ou menos importantes e ter mais ou menos sucesso. Mas nisto somos todos iguais e disso todos somos dependentes.
O mundo dos adultos é um mundo chato. E é-o porque esqueçemos estas pequenas coisas. Julgamo.nos em comparação com os outros. Ganhamos maior noção dos "outros". Procuramos "estatuto" e "reconhecimento". Isto está errado. Não quer dizer que não devemos ter aspirações. Elas são indispensáveis. Mas o verdadeiramente importante é que isso não nos deve condicionar totalmente. Não devemos andar "desesperadamente à procura de sucesso" ou de "triunfar na vida". Isso são balelas. Conversa da treta e resultado deste nosso mundo "liberal". O que é importante é constantemente regressar e dar valor a essas pequenas coisas que nos enchiam de alegria em criança e aperfeiçoá-las à medida que envelheçemos. Às ingenuidades e ao mundo sem sentido e dos afectos. E depois no plano em que nos temos que comparar com os "outros", devemos perseguir aquilo que nos faz sentir bem. Se gostas de pescar, dedica.te à pesca. Se gostas de moda, dedica.te a ela. Se gostas de comunicação social, dedica.te a ela. Pergunta a ti mesmo o que é q te faz feliz. Pergunta a ti mesmo o que é q te faz feliz. Depois estuda e investiga a fundo o que podes fazer de novo na área em que sentes que podes ser feliz (porque isso é indispensável e afinal de contas não é muito difícil uma vez que é a área de que gostas) e investe... Para além do mais és inteligente. Toma iniciativa em novas áreas ...
A Suricata está bem viva ainda ... e eu vou rezar missa para outro lado :)
....quando nos tentamos convencer racionalmente de que queremos estar sozinhos, que é altura de reflectir, de luto, que qualquer envolvimento é um bicho de sete cabeças do qual devemos fugir a sete pés, ou que simplesmente queremos aproveitar essa liberdade. Essa vaga ideia de controlo, premeditação e de algum modo clareza, que sentimos e nos faz sentir bem....... tudo isso se desmorona quando em certos momentos, de solidão, de tristeza, da tal acalmia e reflexão que tanto ambicionamos racionalmente, nos deparamos com um grande vazio, com a falta de alguém, e com o desejo incontrolável (e nunca até agora assumido) de querer construir algo em comum com quem nos complete e nos faça sentir todo, todos os dias!
Uma contradição aparentemente imcompreensível, mas que depois de assumida, faz todo o sentido.
E assim, de repente, percebemos que estamos no meio da ponte, parados, sem saber para que margem seguir...... porque é impossível seguir em duas direcções ao mesmo tempo, ou porque seguir sem convicção não é seguir.....
A consciência disso mesmo é em si um ponto de partida!
E sigo em frente mais tranquilo, mais atento......mais consciente e com o mesmo receio! :)
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